sexta-feira, 24 de julho de 2009
Avaliação do portifólio
Considerações Finais
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Alfabetização em processo
Ao longo do texto aparecem algumas dificuldades que as crianças apresentam no processo, como o problema de classificação para decodificar as letras e construir a escrita.
Outro conceito relevante é a 'hipótese da quantidade mínima'. A partir dessa hipótese a criança tem noção que deve haver um número mínimo de letras para formar palavras, ela já sabe que não dá para escrever com uma letra só, assim, a criança percebe que a escrita é composta de partes e começa a fazer uma relação entre o todo e as partes que constituem as palavras.Sabe que utilizando três letras é possível estabelecer o mínimo de compreensão. Assim, a criança vai testando suas hipóteses e sabe que um todo considerado incompleto se corresponde a um nome também incompleto, dessa forma, a palavra vai sendo constituída pela combinação dos elementos ou partes, a letra representa um pedaço da palavra.
Seguindo essa lógica, se chega ao princípio da 'quantidade mínima', onde a criança para escrever palavras no plural pode corresponder o número de letras ao número de objetos apresentados.
Uma questão interessante que Ferreiro trás é sobre tematizar,que seria sair do 'saber como' para o 'saber sobre', ou seja, sair do como se escreve e começar a entender o sentindo de como a palavra é organizada, é um certo grau de tomada de consciência, quando se alcança um nível de conhecimento, ampliando o universo linguístico. Mas, esse processo leva tempo e implica um grande esforço cognitivo para superar as perturbações da transição de conhecimento.
Utilizamos como leitura complementar o texto de Ana Teberosky e Teresa Colomer(A construção do conhecimento sobre a escrita), que traz a questão do ponto de vista da criança em relação à escrita, e como ela assimila as informações e constroi o conhecimento.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Oralidade e escrita.
Todas as nossas ações sociais são permeadas pela atividade discursiva. Assim, a linguagem tem papel fundamental em nossas vidas. Para quem vai trabalhar com educação, principalmente a infantil deve ter noção de que é no processo de interlocução que as crianças se constituem como produtoras de textos orais, e é assim que vão buscar compreender as regularidades da língua.
O profissional que trabalha com educação deve compreender a complexidade da atividade oral e saber como trabalhar a oralidade com os alunos em processo de alfabetização.
Para melhor entender essa questão pesquisas foram realizadas (FÁVERO, ANDRADE, AQUINO; 2007) para nos ajudar a compreender com a fala se estrutura. O texto falado se desenvolve de acordo com a organização entre os participantes e caracteriza-se pela interlocução entre dois ou mais indivíduos, em forma de diálogo onde ambos se expressam alternadamente sobre assuntos diversos, baseando-se numa coletividade e não se pautando somente na interação.
A atividade conversacional se da através do diálogo, que pode ocorrer pessoalmente, via telefone, internet, etc. Esta atividade é composta por três elementos fundamentais: a realização, que seria a produção do falante, o que se fala; a interação, é o com quem se fala e como os indivíduos interagem; e a organização, é como o texto falado se organiza, ele segue uma seqüência de alternância dos falantes.
A atividade conversacional é constituída por algumas variáveis, que segundo Ventola (1979), são:
§ Tópico ou assunto – é o tema que dá inicio a atividade conversacional e mantém os participantes em constante interação;
§ Situação – é o contexto onde se da a atividade conversacional; pode ser influenciado pela maneira como se fala ou pelas expressões corporais;
§ O papel dos participantes – determina que em variadas situações de diálogo os participantes se comportarão de maneira diferenciada, alterando sua fala;
§ Modo do discurso – são os diferentes modos que nós submetemos à fala, de acordo com o grau de formalidade. Podemos citar como exemplo a diferença entre uma conversa informa e um discurso direcionado;
§ Meio – é o instrumento utilizado para que aconteça a comunicação, é realizada de forma oral, pessoalmente, via telefone, rádio, ou de forma escrita, via Internet.
No texto falado, podemos encontrar algumas características como a interação entre pelo menos dois falantes, onde ambos participantes mantêm uma compreensão sobre o discurso, quando há um equilíbrio na troca das idéias. Durante a atividade conversacional deve ocorrer também a troca de falantes, ou seja, deve haver alternância entre a fala dos participantes, o turno não pode ficar apenas com um falante.
Há ainda, a presença de uma seqüência de ações coordenadas onde o diálogo segue uma ordem, uma estratégia de organização do discurso: ínicio, meio, fim, pausa, cortes etc.
O texto falado transcorre num determinado tempo, é o período em que acontece a explanação da fala, onde há também um envolvimento numa interação centrada que seria o grau de envolvimento e atenção dispensada em relação ao tema que está sendo abordado e ao interlocutor.
A atividade conversacional, assim como a escrita, tem uma organização em sua estrutura que varia em níveis: Local que é a interação dos falantes, quando os turnos se alteram, uma fala após a outra, numa lógica seqüencial. Os turnos se organizam em pares e é a partir do primeiro turno que a atividade se realiza; e Global que é a maneira como o tema do discurso é conduzido, podendo haver interrupção, ou uma mudança brusca de tópico, e posteriormente uma retomada ao discurso inicial. Isso permite uma movimentação no tópico discursivo.
Tanto no texto falado quanto no texto escrito deve haver coesão e coerência para que o texto faça sentido, são fatores básicos que constituem a textualidade. Sendo assim, fazem parte, também da estrutura da conversação. Assim temos três tipos de coesão: Coesão referencial, que se caracteriza pelo uso continuo do mesmo vocábulo, há um excesso de repetição de palavras durante o desenvolvimento do texto falado; essas repetições ocorrerem devido a falta de agilidade do locutor no emprego de expressões mais refinadas para dar continuidade ao turno, além de contribuir para uma organização tópica.
O segundo tipo de coesão é a recorrencial, quando há substituição de um termo por outro equivalente, quando um item lexical é utilizado com caráter de substituição. E o último tipo é coesão seqüencial que se caracteriza pelo uso de conectores que promovem a continuidade e a conexão entre os turnos.
Dentre a estrutura da conversação encontramos conceitos que facilitam a compreensão da estrutura do texto falado. Nessa estrutura temos o turno que é definido como a produção do falante, no momento em que fala. Durante a interação, o turno pode ser qualquer intervenção dos participantes. O turno é considerado uma operação fundamental da conversação.
Para que haja a conversação deve haver o tópico discursivo, ou seja, o assunto em torno da qual, os participantes estabelecem a interação, assim, a conversa é sistematiza. O tópico se divide em: centração, conteúdo sobre o que se fala, o foco; organicidade, sistematização, a seqüência de organização do tópico; e delimitação local, demarcação da atividade sobre o tópico: ínicio, meio e fim.
Outro elemento que constitui o texto falado são os marcadores conversacionais,que seriam elementos (paralinguísticos ou não-linguisticos) de articulação do texto falado que asseguram a continuidade do discurso, são as entonações e gestos, as pausas e retomadas que permitem interação entre os interlocutores dentro do diálogo. Esses marcadores podem ser: simples, quando utiliza uma única palavra; compostos, “apresenta caráter sintático com tendência à cristalização”(pg.45); oracional, pequenas orações, em variados tempos e formas verbais; e prosódico, quando há o uso de entonação, pausa, hesitação, etc.
E por fim temos o par adjacente que seria o elemento básico da interação entre os interlocutores, logo que funciona como ponto de partida do diálogo, geralmente é uma pergunta, um convite ou uma saudação. Se subdivide em: introdução de tópico, da ínicio a atividade conversacional, pode ser iniciado com uma pergunta; continuidade de tópico, desenvolvimento do tópico, se da de acordo com a natureza da pergunta; redirecionamento do tópico, retomada do tópico anterior, através de uma pergunta, interrompido por uma digressão; e mudança de tópico, quando o assunto se esgota, a pergunta é introduzida para que haja mudança(local ou global)
Assim, podemos observar que a atividade conversacional é mais complexa do que se imaginava, e é importante que o professor saiba ao menos que há uma estrutura no texto falado para que ele possa desenvolver um trabalho que facilita a compreensão em torno da escrita, já que ela é originada da oralidade.
sábado, 27 de junho de 2009
8ª e 9ª aulas - 16/06 e 23/06
Esse texto traz conceitos interessantes, como ' múltiplas alfabetizações' e 'bilinguismo', demonstrando que não há um único padrão de alfabetização, mas que existe diversas maneiras nas quais podem se organizar as práticas de leitura e escrita e é fundamental que o docente que trabalha com educação infantil saiba disso, contextualizando e trabalhando a diversidade dos alunos.
A linguagem oral em que as crianças se expressam está impregnada de marcas de seus grupos sociais de origem, valores e conheciementos, além disso, a criança recria a linguagem oral como forma de participar da sociedade.É importante ir mostrando às crianças que há vários modos de falar, mas só há um modo de escrever. Uma possibilidade é focar na questão da regionalidade, explorando as entonações e os sotaques que existem em nosso país. As crianças podem criar com o auxilio do professor, explicações a cerca da escrita e das pronúncia das palavras. O docente tem a tarefa de mostrar que além da variadas formas de falar, há também diferentes maneiras de utilizar a escrita; porém o professor não deve se limitar ao ensino das habilidades de codificar e decodificar.
O professor também pode criar situações com diferentes formas de falar, trabalhando os turnos de fala, mostrando como a comunicação acontece e como a fala se organiza, esse tipo de atividade faz com que o aluno exercite a escuta o que vai facilitar a organização do pensamento. O professo deve procurar compreender os contextos das práticas de leitura e escrita de seus alunos, buscando saber como os eles entendem o valor da linguagem no mundo. Outra opção para trabalhar na alfabetização é a construção de textos, pois as histórias ajudam a desenvolver e expandir o vocabulário dos alunos, além de explorar a oralidade da crianças.
Abraços e até a próxima aula...
domingo, 21 de junho de 2009
Narrativa & Oralidade.
Nossa vida e nossas histórias são construídas pelas experiências que temos e como as transmitimos as outras pessoas, sendo assim, narrar foi o meio encontrado para relatar e compartilhar nossas vivências, expressar emoções, sentimentos e a imaginação.
A narrativa faz parte de nossa cultura, pois a todo o momento estamos relatando algo, estamos tecendo histórias, sejam reais ou fantasiadas. Essa cultura oral faz parte do ser humano e do seu processo de socialização.
Para ilustrar essa questão da narrativa trago esse vídeo. O vídeo é sobre o dia das mães, pois sabemos que são elas que, muitas vezes utilização a contação de histórias para enriquecer o imaginário dos filhos, mas o professor também pode desenvolver essa atividade em sala com seus alunos, lendo um livro, um conto ou simplesmente narrando uma história.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Por que alfabetizar com textos
Aí vai a dica do por que alfabetizar com textos. Aproveitem.
POR QUE ALFABETIZAR COM TEXTOS:
O mundo da linguagem é o mundo dos textos orais e escritos. As crianças lidam com a linguagem como qualquer falante nativo. Para elas a linguagem é tudo que se diz e ouve, é um processo de interlocução que se realiza em práticas sociais.
As crianças constróem hipótese sobre a leitura e a escrita a partir da participação em situações nas quais os textos tenham uso social de fato.
Esta proposta de alfabetizar com textos implica em estabelecer relações com a língua numa perspectiva de letramento
1. Ser falante da língua portuguesa:
Todo falante tem um conjunto de regras interiorizadas. Uma gramática com todas as regras necessárias para usarem a linguagem de maneira perfeita. Engana-se quem pensa que é banal dizer que bebê tem dois pedacinhos e pertence a família do ba-be-bi-bo-bu. Para o aluno isto é fantástico! Pois eles aprenderam a falar no seu contexto natural e não precisam estudar os sons isolados para depois agrupá-los.
2. Saber a diferença entre desenho e escrita:
Desenho e escrita são representações gráficas, portanto, da mesma natureza. Toda escrita é uma forma de desenho, mas nem todo desenho é uma forma de escrita. O que distingue um desenho de uma escrita é o fato de o desenho referir-se a objetos do mundo e a escrita referir-se a linguagem oral, a palavra, a idéia.
3. Não se escreve com rabiscos, bolinha etc...
Distinguir desenho de escrita é um primeiro passo. As crianças usam rabiscos e bolinhas porque acham (com justa razão) que escrever é fazer uma representação gráfica associada a uma fala. É por essa razão que elas escrevem e lêem logo em seguida.
Porém a escrita é uma forma de representação do pensamento, e para garantir a função da escrita, que é a comunicação, e para que todos entendam, foi criado o alfabeto, que é uma convenção. Para uma escrita ter significado é preciso ser estabelecido um código, uma convenção para que todos possam entender.
O alfabeto é um conjunto de letras que são símbolos arbitrários e representam os sons vocálicos e consonantais que constituem as palavras.
4. A fala aparece na escrita segmentada em palavras:
Temos aqui duas idéias importantes. Do ponto de vista da percepção auditiva, a linguagem oral é um contínuo, interrompido às vezes por pausas. Não há nenhuma dica que mostre aos ouvintes onde começam e acabam as palavras. No entanto o nosso sistema de escrita exige que as palavras sejam escritas com um espaço em branco. Mostrando material escrito às crianças é fácil explicar isto.
5. O que é palavra: idéias & sons - letras e ortografia
A palavra é a unidade básica de qualquer sistema de escrita, inclusive no alfabético, por causa da ortografia. A noção de palavra não é importante somente como fruto da segmentação da fala para construir unidades de escrita. Ela tem a ver também com o significado. É também uma unidade de significado. Quando o aluno estiver tentando ler, ele precisará chegar até a palavra para dizer o que está escrito. Portanto, palavra é uma seqüência de letras que traduzem idéias, sons e tem um significado.
6. Controlar o significado das palavras nas segmentações:
7. Como controlar as seqüências de sons das palavras nas segmentações:
Antes de aprenderem a escrever, as crianças têm uma excelente acuidade auditiva e facilidade para observar a fala como um todo. No entanto, quando se trata de teorizar sobre o que ouvem, fica tudo mais difícil. Sabendo desta situação, o professor deverá mostrar unidades sonoras menores que a palavra, fazendo-os observar rimas, sons iniciais, de nomes e de coisas, sons repetidos como parte de palavras. Procedimento como este levam quase sempre a identificação de sílabas e não de vogais e consoantes.
8. Saber segmentar a fala para a escrita: palavras, consoantes e vogais:
A partir de um enunciado oral, o aluno precisa identificar as palavras e os segmentos vocálicos que a compõem. Em seguida, precisa atribuir letras a esses segmentos vocálicos e reconstruir a palavra e, de palavra em palavra, chegar à frase. Trata-se de um trabalho sutil de cortar e colar, de desmontar e remontar a estrutura lingüística.
9. O alfabeto como um conjunto de letras:
Este conhecimento é uma decorrência dos fatos expostos anteriormente. Quando o aluno entende isto, irá procurar os recursos para aquilo que quer escrever recorrendo apenas ao alfabeto e não a outras coisas. Lembre-se que é uma etapa muito importante para o aluno quando escreve apenas com letras, mesmo que o faça com muitos erros. Logo é importante que o aluno tenha em mente que está lidando com um conjunto pequeno de símbolos e que não há nada fora dele.
10. O que é uma letra: unidade abstrata:
Há muitos parâmetros que definem o que seja uma letra. Trata-se de uma questão razoavelmente complexa na teoria como na prática. É preciso destacar que letras não são coisas concretas mas abstratas. Quando nos referimos a letra “A”, não estamos falando de nenhuma letra “A” em particular, mas de tudo o pode ser uma letra “A”.
Quem define o que pode e o que não pode ser uma letra “A” é a ortografia. Assim, de acordo com a ortografia, as palavras devem ser escritas com seqüências de determinadas letras e não de outras.
11. O nome das letras. Categorização gráfica: inúmeros alfabetos com as mesmas letras:
Em todos os sistemas de escritas, conhecer os nomes dos caracteres é a chave da decifração. Saber quais letras são é o primeiro passo de reconhecimento do material escrito para poder decifrá-lo.
Como as crianças se interessam pela escrita muito cedo e vão tentando aprender como ela funciona, inventam nomes para as letras. Assim, vão chamando as letras com nomes de pessoas e coisas. No contexto da vida, as crianças podem fazer como quiserem, entretanto, na escola, o mais aconselhável é que os professores ensinem os nomes reais das letras aos alunos o mais cedo possível.
12. Princípio acrofônico como chave da decifração da escrita:
Quem inventou o alfabeto o fez por meio de um princípio acrofônico. Escolheu uma lista de palavras que começavam com sons diferentes, de tal modo que todos os sons da língua estivessem contemplados. Em seguida escolheu um caractere para cada som que iniciava cada palavra. Esse conjunto de caracteres representando um conjunto de sons é o alfabeto. A história do alfabeto deixa bem claro como o princípio acrofônico foi o responsável pela criação do alfabeto e é a chave da decifração desse sistema de escrita. A ortografia veio ajudar muito o uso do sistema de escrita na sociedade, mas criou problemas com relação à representação dos sons pelas letras.
Como foi enfatizado várias vezes, não basta identificar as letras e atribuir a elas os sons possíveis através do princípio acrofônico e das normas ortográficas. Para se decifrar a escrita, é crucial que se chegue à palavra como um todo, quer no aspecto fonético, quer no aspecto semântico, um controlando o outro.
13. O princípio acrofônico é o ponto de partida/ o ponto de chegada é a ortografia:
Não basta lidar com o princípio acrofônico. Ele é um bom ponto de partida, mas não é o ponto de chegada, como as cartilhas e alguns estudiosos acham. Para se entender direito como funciona o sistema de escrita, como se lê e se escreve, é necessário ter uma compreensão bastante detalhada a respeito da ortografia como estruturadora de nosso sistema de escrita. Caso contrário os alunos ficarão sempre com dúvidas para ler e escrever, gerando medo e inibindo-os de fazer qualquer atividade que envolva ler e escrever.
14. Variação funcional das letras controlada pela ortografia/ Sistema alfabético ortográfico:
A ortografia controla o alfabeto, inclusive o valor fonético que as letras têm. O uso alfabético do alfabeto, ou seja, quando as letras representam sons independentes das palavras, gera o que se chama de transcrição fonética.
Muitas crianças recebem de seus professores uma idéia que as leva a escrever como se estivessem fazendo transcrições fonéticas. Em um primeiro momento, para dar mais liberdade e incentivar os alunos, escritas desse tipo podem ser feitas. Porém, é importante que seja dada uma explicação sobre ortografia, para que os alunos não fiquem pensando que o modo como estão escrevendo é o ponto de chegada.
15. A ortografia como forma congelada da escrita, neutralizando a variação lingüística:
Enquanto os alunos não se derem conta de que a ortografia é uma forma congelada da escrita, e que não reflete a fala individual de ninguém, vão ter sérias dificuldades para lidarem com os erros.
16. Palavras variam não só de acordo com regras fonológicas, mas também de acordo com regras morfológicas:
Alguns casos de variação vêm da dificuldade de relacionar fala e escrita na alfabetização, dificuldades típicas da escrita, por um lado e da fala por outro. Acontece, no entanto, que há problemas oriundos de outros níveis de análise gramatical. Assim, para saber escrever uma palavra como mal ou mau, é necessário saber que se trata de um substantivo, de um adjetivo ou de um advérbio.
17. Identificar outros sinais da escrita (além de letras), os acentos, os diacríticos, marcas, etc:
Para saber ler é preciso distinguir sinais de pontuação e demais marcas da escrita do conjunto de formas gráficas que forma o alfabeto.
18. Aspectos secundários das letras: tamanho, direção, linearidade, especialidade, maiúscula, estilo, caligrafia, etc.
Embora não costumem interferir de maneira perniciosa no aprendizado da leitura e da escrita, certos aspectos físicos da grafia da escrita podem atrapalhar. Mesmo não atrapalhando, são aspectos importantes da cultura escrita e devem ser abordados pela escola.
19. Ler não é só decifrar os sons das letras e das palavras, mas conseguir pensar uma mensagem elaborada por outras pessoas e representada na escrita:
À medida que o processo de leitura vai se sofisticando, exigi-se um maior esforço mental da parte do leitor porque ele precisa entender algo que foi pensado e organizado por outra pessoa, mas acessado por ele através da escrita.
CONCLUINDO...
As noções que foram apresentadas representam o que há de mais importante para uma pessoa poder dizer que sabe como se faz para ler uma simples palavra como pote. Um professor que não souber lidar com esses conhecimentos não terá condições de controlar o processo ensino - aprendizagem na alfabetização.
Material produzido baseado em: MASSINI-CAGLIARI, Gladis & CAGLIAR, Luiz Carlos. Diante das letras. Campinas, Mercado de Letras,1996